Entre a cruz e a espada

No centro da sala de audiências...
Eu vi Cristo na cruz por causa dos nossos pecados.
Vi também 10 homens que jogaram o sacrifício da cruz para o alto.
Preferiram uma vida de pecado, roubos, morte e tráfico.
Eu pude ver-me verme, como eles me senti.
Jesus veio ao mundo e colocou-se, sem ter erros, no lugar de réu, no lugar deles, no lugar meu.
Ainda assim não entenderam o preço do sangue derramado na cruz.
Escolheram o único valor que os humanos entendem; cifras, status e poder.
Pagam valores altíssimos pelos advogados e mesmo assim levam uma pena sobre si.
Incrível é perceber que não há graduação de pecados diante de Deus como atenuante e agravante nos crimes diante de nós, operadores do Direito. Pecado é pecado!
Em muitos momentos nos consideramos os mais corretos, julgamos (conceituamos) homens como eles sem olhar de verdade para dentro... De nós.
Tudo o que pude presenciar me fez ver quão ingratos nós somos.
Em mínimos e máximos detalhes não reconhecemos o sacrifício do único Salvador por nós.

Não, eu não matei ninguém, não trafiquei, não roubei coisa alheia de outrem para mim.

Mas... Será que eu não matei sentimentos? Vendi relacionamentos baseado em mentiras? Ou roubei sonhos?
E fazendo isso, não só feri alguém, mas entristeci o coração de Deus?

Hoje minha oração é por essas pessoas, por você e por mim.
Para que entendamos a mensagem da cruz e vivamos de acordo com o que Ele nos propôs e proporciona através dela.



T. M. S.

Uma carta ao tempo...

Tempo vai correndo e transcorrendo traços do que sou.
Molda o assento onde descansa o meu amor.
Amor que espera alguém pra despertar.
Tempo, sutilmente passa e para, sem se enxergar.
Parte e pede passagem para o mesmo lugar.
Tempo vai cortando os segundos meus.
Tempo vai contando as estórias de um amor perdido entre os ponteiros seus.
Perde e paga para ele passar, o ônus é ele mesmo, que aprendeu a subtrair-se para me somar...
Mais tempo para sorrir e cantar.
Eu canto o que mais há no meu tempo.
É algo chamado amor,
Que ainda dorme
Esperando um beija-flor
Entrar em meu tempo
E me despertar com um beijo.


T. M. S.

Entendendo a cruz

Eu queria entender tudo que eu via.
Buscava sentido para a vida,
Razões para continuar viva.
Olhei a cruz no alto do templo e ela não estava vazia,
Ao invés de ver o 'Cristo' de bronze,
Nela eu me vi.
Entendi que alem de fazer-se culpado por mim
Ele também fez-se não morto,
Mas morte
Tomou sua posse, sua chave
Seu poder a sobrepôs.
Tudo isso para converter-me em vida.
Agora eu entendo,
Conheci o real sentido da minha vida,
Por quem eu vivo.
Jesus, aquele que me tirou da cruz,
Assumiu minha culpa,
Pagou minha dívida e
Me perdoou.


T. M. S.

Eu poderia ter crescido...

... na favela.



AR15, cocaína, juventude e nenhuma perspectiva de vida...
Não foi só isso que vi.
Vi o ser humano caído num poço sem fim.
Vi neles um pouco de mim.
Órfãos de pais vivos, homens de várias mulheres, empresários do tráfico.
Observei muito mais que os fatos ali expostos.
Pude ver em seus olhos desesperança. Lembranças mórbidas de uma infância corrompida.
Vi o 'entra e sai' de pessoas distintas, das mais simples às mais abastadas, algumas tranquilas, outras ainda buscavam tranquilidade ao comprar uma maconha de "5" , "10", "20"... O preço que pudesse e/ou quisesse pagar para "relaxar".
Hoje eu pedi novamente os olhos de Deus, do Cristo que deu sua vida por homens e mulheres, que não são melhores ou piores, que são apenas pessoas, pessoas que precisam tanto da misericórdia e da graça do pai como eu.

Chorei, sim, chorei,
Muito.
Pois eu podia ser uma delas.
Eu poderia ser chamada de cria da favela.

E Deus me libertou para que eu pudesse levar liberdade aos escravos do pecado.




Thais M. S.