quarta-feira, 12 de junho de 2013

... sou sua menina, viu? ...

Postado por Thais Barros às 22:05 0 comentários




Ele se deita no sofá pra ver tv com braços de quem segura a barriga com o controle remoto em mãos me lembrando um vovô e rapidamente pega no sono se a programação exigir muita atenção ou for tediosa, e ele, estando cansado ou com preguiça não se esforça pra manter os olhos abertos, mas se esforça, quase que inconscientemente, para não me soltar.

Eu jogo os caldos em cubo que estavam na geladeira dele fora e semanas depois ele pensa saudosista da vida no caldo enquanto prepara uma rápida macarronada.
Ele não reclama dos meus pés tortos no painel do carro, ele acha até engraçado, e eu amo ser eu quando estou com ele.

Adoro quando ele me acorda às cinco da manhã cheio de manha, o único problema é o telefone que nos impossibilita um abraço.

Eu olho pra ele e vejo que descobri  um roqueiro encubado que ouve Korn e Metallica, mas curte e enaltece a MPB e que, engraçado isso, quando compra um cd quer ouvir todas as músicas ao mesmo tempo.

Ele é aquele homem que me envia os torpedos com as músicas mais lindas que retratam a nossa história e fazem o dia ser muito mais saboroso e cheio de melodia.

Ele é um apaixonado pela Carmem, por suas obras e seu tempero.
As cores dela dão vida à sala da casa dele e eu sinto toda essa vida quando a gente senta no chão à mesa de centro pra comer pizza.

Ele  tem um olhar que me abraça e me diz tudo sem palavras, um sorriso que me emudece e um jeito só dele de me chamar de pequena e meu amor.

Dependendo do filme, ele é capaz de assistí-lo umas trezentas vezes, se atrai facilmente pelo gênero épico e se perde e se encontra dentro de uma livraria sem esforço.
Ele se surpreende ao ler Brennan Manning e Philip Yancey e me convence sem querer, nem perceber, a aprender mais ao compartilhar suas experiências literárias comigo.

Eu sempre me lembro de sua voz cantando, quase que sussurrando, ao meu ouvido, a música de Caetano naquela noite de abril. (... te quero só pra mim, você more em meu coração...)
Eu queria alguém que completasse as músicas cujos trechos eu repentinamente esqueço se canto enquanto ando na rua. E ele sempre me ajuda a lembrar, mesmo que desafinado, ele canta pra mim.

Ele enxerga pessoas com todas as suas alegorias (defeitos, vícios, manias e afins), e elas continuam tendo sua importância como pessoas para ele.
Não, não que isto signifique que ele ame tais pessoas, não ainda, significa que ele está despido de qualquer julgamento.

Ele usa uma mochila que carrega a casa dentro (de tão pesada) e usa a mente como quem carrega o mundo.

Entre nós existem muitas semelhanças.
Gostamos, conceituamos, preferimos, pensamos...
Não porque somos um, mas porque somos assim, cheios de parágrafos justificáveis (parecidos), fica mais fácil de ser um em algum dia.
Carregamos também nossas diferenças, poucas talvez, e esse sabor cítrico na nossa combinação é um detalhe envolto de respeito e permissão.
Se voltássemos ao tempo e ele me perguntasse novamente se eu tenho medo, eu responderia o mesmo que antes: Não!
Ele tem detalhes que são só pra mim e características que muitos desconhecem e outras que ninguém sequer desconfia.

É, ele tinha razão ao dizer que os outros foram meros relacionamentos, o que temos agora é uma vida.

Ele é servo, amigo e filho de Deus, o menino da Carmem e o meu rapaz.

A gente deita no sofá, e eu não me importo se ele dorme, eu também fecho os olhos.



T. M. S.
 

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