terça-feira, 19 de junho de 2012

Um novo tempo passado

Postado por Thais Barros às 12:29 1 comentários




Eu sou de um outro tempo, de quando a forma de levar a vida se renovava e não repetia.

Do tempo em  que a moda lançava tendência e não era chamada, em tempo algum, de retrô. 

Uma época em que as pessoas levavam anos para dizer a alguém uma curta frase:
Eu te amo.
E não dizia isso a mais ninguém.

Eu sou do tempo em que amigas não trocavam de par, apenas pares de sapato, e com  o mesmo parceiro passava o resto de sua vida.

Eu sou do tempo em que divertir-se não custava tão caro.
Custava a vida, era só viver.

Um periodo em que dificilmente descobria-se escândalos de corrupção.
Infelizmente eles sempre existiram, no entanto ser corrupto foi aprimorando-se com o passar do tempo.


O único detalhe dessa estória é que eu nasci no tempo errado, no tempo que não era meu.

Estes eram relatos que eu ouvia quando pequena...

E o tempo que chegava empurrava para trás o tempo no qual eu gostaria muito ter vivido

Eu era do tempo e ele era meu...
Apenas no querer.


T. M. S.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Saudade das sextas...

Postado por Thais Barros às 01:07 0 comentários



Podemos ficar meses sem se ver, se tocar e dias ou semanas sem se falar.
Pode até haver um dia ou mais que eu não pense em você, nem você em mim, não por que não nos importamos, mas pelo acumulo de trabalho, preocupações e responsabilidades que, por incrível que pareça, excedem as nossas necessidades vitais.

Diante disto, poderíamos até agir como estranhos,
Uma vez que proximidade proporciona intimidade e entre nós a distância predomine.
Nada mais natural do que nos limitarmos a uma olhada firme, com pudor, daquela que nos faz balançar a cabeça na vertical para baixo e para cima, se cruzarmo-nos na rua ou a um simples olá numa festa de algum amigo comum e não irmos além disso: de uma simples olhada ou um simples olá.

Mas eu não sei por que isso tem que ser diferente com a gente.
Nossos olhares são despidos de formalidade, sem vergonha, sem pudor.
Seus olhos me tragam com tamanha intimidade e conhecimento, confirmando cada detalhe do meu rosto e corpo ou observando meu cabelo.
Percebo então como pode ser bom o acumulo de trabalho, para não pensar na necessidade que teria de satisfazer o pensamento, evoluindo meu desejo para a realidade.

Sim, podemos ficar meses sem se ver ou tocar, dias ou semanas sem se falar, um dia ou mais, muito mais, sem pensar um no outro, mas...
Isso pouco importa diante da intensidade dos nossos encontros.
E hoje foi um daqueles dias improdutivos no trabalho.
Acabei pensando em você.



T. M. S.

sábado, 2 de junho de 2012

... palavras apenas, palavras pequenas, palavras...

Postado por Thais Barros às 03:58 0 comentários




Diga-me uma palavra e eu a tirarei de uma caixa. 
Eu guardo palavras em cartas que nunca enviei, em declarações que nunca fiz.

Gravei palavras em relacionamentos imaginários e amores não consentidos.
Criei meus contos.

Esculpi monumentos e traduzí-os em palavras.  
Guerras destruíram tais monumentos, mas as palavras ficaram, fincaram pilares que jamais serão removidos.

E assim é a palavra, a estaca que não será extirpada, o adereço da magoa, a flecha lançada, a maçã mordida, a morte e a vida. 
Aquilo pelo qual não podemos voltar atras.

Por isso eu as guardei, eu as guardei para que ninguém sofresse as consequências dessa viagem sem volta.

Apenas eu carrego as penas das palavras exteriorizadas, mesmo que tenham sido em cartas que nunca foram enviadas, mesmo que tenham sido aquelas que joguei na frente do espelho e ricochetearam para a minha alma.  


Palavras... Diga-me uma, talvez seja a que guardei para você. 





 T. M. S.
 

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